Nascidas pós-ditadura, crescendo em anos de abertura, assistindo a Xuxa, crescendo em uma nova relação com a fama, com a tevê, a cultura, a internet, o teatro... Como lidar? Como viver de teatro? Qual teatro dá fila na porta?
Onde está o público? O que é o sucesso? O público é uma lebre morta? O artista...? Toda purpurina que reluz é ouro? O fracasso… Everybody loves the winner so nobody loves me? Fazer teatro nos dias de hoje é o que? Resistencia? Nostalgia? Sacerdócio? Anacronismo? Ou ele ainda faz sentido? O que fracassou? O teatro em si? O mercado? A política publica? O artista? A plateia? Quem é o obsoleto? O ingresso? A caixa preta? A TV? O capitalismo? O ator?
As pessoas querem se encontrar? É contraditório as pessoas marcarem flashmobs pela internet, e tenham perdido o sentido de encontro que o teatro significa ou significou. Perdeu mesmo? Pra mim o sentido do encontro ainda existe. E queremos gritar. Mesmo sendo o mundo uma gritaria só.
As atrizes e diretora de nem o pipoqueiro gritam, só com as roupas de baixo, em um tempo de velórios e exorcismos. Tanta coisa morrendo diante dos nossos olhos, apodrecendo, fedendo, que é preciso ao menos que agente pare pra pensar. Pra falar. Pra velar. Pra enterrar. Pra expor. Ainda é tempo de teatro. Claro.
E queremos gritar! O mundo realmente apesar de previsível não parou lá fora, e eu subo no banquinho e falo de mim. De nós. Eu estou no mundo. Alguém sempre para pra escutar... E talvez, como é de praxe na comunicação em grandes manifestações de rua quando não há megafone, (em que um primeiro bolinho de gente da um comando, o segundo bolinho mais próximo repete para o próximo bolinho que repete para o próximo e assim por diante) eu fale/escute/alcance/encontre mais gente na multidão.
Eu estou com vocês!
Marina Viana
(Atriz que escreve e escritora que atua).
Primeira Campainha / Teatro 171
www.1campainha.com
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