quinta-feira, 31 de março de 2011

O Espaço Vazio - Peter Brook

O papel do encenador é estranho: ele não pede para ser Deus, mais isso está implícito na sua função. Quer ser falível, mas os atores conspiram instintivamente para que ele seja um árbitro, pois há uma necessidade desesperada de que exista constantemente um árbitro. Num certo sentido, o encenador é sempre um impostor, alguém que nos guia à noite por um território que desconhece - mas que também não tem outra hipótese, pois é obrigado a guiar, aprendendo o caminho à medida que vai avançando. O aborrecimento mortal começa a rondar quando o encenador não reconhece esta situação e fica à espera que tudo corra pelo melhor - quando devia era encarar o pior. (pg. 53)

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